sábado, 4 de dezembro de 2021

Amor de estação


Menino, ah meu doce menino

Que a vida me deu por um breve instante

Do meu maior medo você se fez o meu maior amor

Então pouco tempo me preencheu de coisas que nem sabiam que existiam


Meu amor repentino

Pequeno instinto 

O ventre também da flor


Amor de estação

Marcante, vibrante e curto 

Deixa suas marcas profundas de uma vida tão pequena

Curta, breve e instantânea


No meu peito te guardo como joia rara,

E cara

Me fez assim, leoa

Levou de mim uma prece boa


Te guardo

Te levo

Te sinto

Meu doce menino


O que deixas é muito de mim.





quarta-feira, 20 de maio de 2020

Tributo a uma amiga

Figura de mulher destemida e rara
    Ser amoroso, fiel, indomável e prestativa
    Não tem o que lhe compara
    Em tudo, demonstra admirável iniciativa.

A sua vida tem sido de lutas, desde a infância
     Dificuldades mil, porém sempre com muito
     Otimismo e garra segue os conselhos da avó
     carregados de importância...

Batalha travada todos os dias
   Conquistas e vitórias a duras penas
   Construindo passo a passo suas crias

Incansável no aprimoramento de si e de outros
  Segue humilde e as vezes sorridente
  na sua doação sem parâmetros

A sua visão estratégica
    Lhe mostra caminhos a seguir
   Que abraça de forma enérgica
  antevendo o porvir

Naquele caminho escolhido
    Enfermeira e advogada
   Como uma planta de vaso, sempre bem regada

A mãe dedicada e terna
     profissional compromissada
    A minha certeza, de amizade eterna...


*Homenagem a uma grande amiga e profissional da saúde.

Lucas Werneck 

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Arma na cara



Apenas por um instante,
    estrela cadente,
    estonteante, decadente...
Rajada incessante, transborda
    as mágoas advindas de traição aviltante
    promovida por um ser repugnante...
Morte a espreitar,
     o que devo considerar,
     amor no passado, amigo.
     Amigo no presente, amor.
Atitudes desconexas, perplexas,
     me fazem enveredar 
     por um caminho não esperado,
     tentando te acordar.
Numa angustia congelante,
     meu coração galopante,
A vida, passando...
     dividida em partes,
     o antes, o agora , e o depois!?
     sigo andando...
Cada um tem seus mistérios,
    passado, presente, sem critérios
A dor de um amor ausente,
     que somente quem sabe,
     é quem sente.
Resgate não realizado, 
     não distingo os que se foram
     e não percebo os que  ficaram.
A sua imagem, reflete em minha mente
      como em um espelho que modela
      qualquer imagem,

      não sei se existiu ou se foi apenas miragem...


Cristina P


George Peters



sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Darth Vader

Do breu escuro, as trevas representa,
    alma sofrida que salienta,
    a dor que em si, te acalenta.

A cada dia diminui a luz,
   morre o dia nasce a noite,
   negritude sem limite,
   sem nada que me seduz.

Raio frágil de sol,
   que sobre a densa escuridão
   se perde, sem rumo, sem guia,
   e sem farol;

Tento buscar a sua luz,
   onde está minha estrela guia,
   a parceria de todos os dias .

Houve um tempo,
     já quase não me lembro,
     inocência de menino, Anakin
     lamento o fim.
   
Vadiagem,
    sacanagem,
    amor selvagem.

Afoito por pequenas ilusões,
    dos amigos,  rasga a lista,
    atropela sem pudor,
    amigos ternos,
    em gana individualista.

Dos dias claros e amenos,
    tenho lembranças,
    cálidas e serenas ,
    do amor fraterno.

E assim... segue a nave,
    em dias opacos,
    sem trilha, sem marcos.

Rajada de luz, não lhe penetra,
   qualquer tentativa de amizade,
   carinho, amor e lealdade
   em forma de pólvora,
   esplode em ti .

Cristina P

By Hideyoshi

sábado, 5 de maio de 2018

Usurpadora

Uma raposa amarela, ladina,
   Sem escrúpulos, sorrateira,
   Que se aconchega, ao peito
   Seco, daquela que me julga
   Por ela....

Satânica, manipuladora,
   Que  ao coração desarmado,
   Se atrela...  

Uma ave de rapina,
   Que na sua triste sina

Rouba, a cena,
    Finge ser a doce amante.

Para amar,
   quem diz amar,
   claro que sem nenhum "interesse",
   pesquisa antes todos os bens
   do seu futuro amante...

Atriz que nao é,
    finge o amor que nao sente,
    suprindo de falta, esse coração carente.

De traz de um sonho desfeito,
    Vislumbro por traz das mazelas,
    Que nada foi desfeito...

O amanha como um sol, irradia,
     A luz de outro sonho, que principia...

Rameira, programa o fruto  desta nefasta união,
    Garantindo assim o seu gordo quinhão!

A vida é assim, quem te apoia e me condena
    Saberá a duras penas
    o quanto vocês se parecem...

Cristina P.

Tara O`Brien




quarta-feira, 28 de março de 2018

Palavras ao vento

Sou plena,
Carrego em mim
Intensas emoções...

O mínimo não me satisfaz,
O pouco não me serve,
Café pequeno, que não ferve.

Não sou mulher de migalhas.
Não sei me doar em partes ,
Não sei se ficas ou partes...

No gozo da vida,
Ou grito, ou me calo,
No meio termo, nem me resvalo.

Enganar me, até me engano,
Temporariamente,
Palavras doce ao pé do ouvido
Proferidas aleatoriamente...

Nāo há sentimento que dure
Perdure ou permaneça
Quando construído apenas de falas

Palavras o vento leva
Posição, atitude, é tudo
Amor, carinho,
No morno,  não me sustento.

Cristina P.

Lucas Werneck

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Mulher, meu amor...

Jovem, bonita, vibrante, alegre e livre.
Quando o conheci estava ali, crescendo e aparecendo.
Me dizia que eu era tudo o que ele admirava.
Mulher sim senhor, guerreira forte, filha de Maria Bonita.
Mulher do cangaço, da lavoura, com seu facão na mão como arma.
E sem perceber, me deixei levar naquelas palavras motivadoras.
Eu, alguém especial para outro alguém.
Me motivou, fiquei mais forte, destemida, altruísta.
Com ele passei a pelejar melhor e em seus braços descobri o prazer.
Me sentia Anita com seu Garibaldi.
E em cada luta que ganhava, mais o amor ia crescendo.
Ele me queria muito, passou a me aconselhar como ser melhor, mais forte e valente.
Com ele, pude aprender muito, o que o sertão não me ensinou.
Éramos criativos e inovadores, tínhamos um amor único, que ninguém jamais viveria.
Éramos sinceros, não havia mentiras entre nós.
Éramos o par perfeito, Bonnie & Clyde em uma grande aventura.
Totalmente apaixonada, jurei o tão sonhado amor eterno.
Que lindo!
Coração preenchido de amor, desejo e felicidade.
Enlaçamos nossas vidas para o então sonhado final feliz.
Em quatro paredes, montamos um castelo.
Eu princesa e ele o meu príncipe encantado.
Ele todos os dia me aconselhava a melhorar, segundo o seu olhar.
Passou a me preservar, para que eu não me expor demais.
Ficava na minha frente para me defender dos perigos.
E sem perceber, deixei ele tomar a frente da minha vida.
Já não vivia sem os seus conselhos, já não falava ou aparecia, para não me expor.
Aos poucos o tom de voz dele foi mudando, claro  que ele sabia melhor  sobre a vida do que eu.
Muitas vezes falava alto e ríspido para eu poder entender.
Como me amava muito, ele cuidava de mim em tudo, só por proteção.
Eu era sua Helena de Tróia e ele meu salvador, o guerreiro Páris.
Não tinha como ser melhor… alguém que só pensa no meu bem.
Passou a sair e trabalhar sem mim, o que seria de um castelo sem sua rainha?
Ele como bom guardião, trazia tudo o que eu precisava, não me faltava nada.
E só para me educar a ser melhor, passou a mentir.
Dormia com qualquer uma para aprender mais e me ensinar.
Gritava comigo e reclamava de tudo, só para eu me melhorar.
Me fazia chorar diariamente para eu poder  amadurecer.
Me humilhava perante os amigos, colegas de trabalho, vizinhos, para me ajudar a lidar com as dificuldades.
Esfregava na minha cara suas amantes, para que eu pudesse ter inspirações.
Até o momento que me bateu.
E disse que era porque me amava.
Foi então que percebi quem eu me tornara, somente Amélia.
"Santa na frente da sociedade e uma puta na cama", será?
Passou a me deixar cada vez mais sozinha, para eu poder lidar com a solidão.
Me deixou abortar sozinha para eu poder lidar com o vazio no peito e no ventre.
Me xingava, para eu poder evoluir como pessoa.
Dizia que eu não era e nem seria nada sem ele, para me ensinar o quanto ele era importante na minha vida.
Mostrava que era o detentor do capital da família, para me ensinar a economizar.  
Foi então que depois de uma briga por conta das suas amantes, e mais uma humilhação, pude ver o que o doce sertão não me ensinou, ser seca.
Decidi deixar de ser rainha para ser Maria da Penha.
E andei até onde o amor distorcido dele não pudesse chegar.
Foi então que ele me ensinou a melhor lição...
Simone de Beauvoir, independente, altruísta, livre e feliz sem depender de mais ninguém.

E graças a ele, aprendi a ser mulher!

Cristina P.



Lukas Werneck